O Carocha Retro

O Carocha foi o primeiro modelo de automóvel fabricado pela companhia Alemã Volkswagen(Carro do Povo). Foi o carro mais vendido no mundo ultrapassando em 1972 o recorde que pertencia até então ao Ford Modelo T.

A Sua História;

No início da década de 1930, no ano de 1931, a Alemanha era assolada por uma dura recessão e tinha um dos piores índices de motorização da Europa. A maioria de suas fábricas era especializada em carros de luxo, montados à mão, e ainda muito caros.
Em 1932 Adolf Hitler havia ascendido ao poder na Alemanha, estando comprometido com a modernização do País e a recuperação da economia, principalmente do emprego. Entusiasta por carros desde a juventude, Hitler via com bons olhos a ideia do carro do Povo desde os tempos em que esteve preso, quando leu sobre Henry Ford. Para ele a ideia de um "Carro do Povo", feito por trabalhadores Alemães e viajando por todo o País, era a exacta realização da plataforma política de seu Partido.

Decidido a financiar uma Empresa estatal para produzir os automóveis que trafegariam por suas recém-inauguradas Autobahns, Hitler deu sinal verde para o projecto. Três opções lhe foram oferecidas pelos engenheiros Josef Ganz, Edmund Rumpler e Ferdinand Porsche. Os primeiros dois eram Judeus, e obviamente não agradaram a Hitler. Já Porsche era famoso pelo seu trabalho na Daimler, carros dos quais Hitler gostava, e, talvez mais importante, era Amigo de Jacob Werlin, Amigo e assessor para assuntos automotivos de Hitler.
Em meados de 1933, Werlin, que conhecia Porsche dos tempos da Daimler-Benz, intermediou o encontro de Porsche com Hitler. Neste encontro, Hitler mostrou-se bem informado sobre os projectos de Porsche na NSU e com opinião formada sobre o "Carro do Povo". Hitler tinha pronta uma lista de exigências a serem cumpridas por Porsche, caso o contrato fosse efectivamente firmado;

-O carro deveria carregar dois adultos e três crianças (uma típica Família Alemã da época, e Hitler não queria separar as Crianças de seus Pais).
-Deveria alcançar e manter a velocidade média de 100 km/h.
-O consumo de combustível, mesmo com a exigência acima, não deveria ser maior -que 13 km/litro (devido à pouca disponibilidade de combustível).
-O motor que executasse essas tarefas deveria ser refrigerado a ar, pois muitos -Alemães não possuíam garagens com aquecimento, e se possível a diesel e na dianteira.
-O carro deveria ser capaz de carregar três Soldados e uma metralhadora.
-O preço deveria ser menor do que mil marcos imperiais (o preço de uma boa motocicleta na época).

Adolf Hitler solicitou que Porsche colocasse suas ideias no papel, o que ele fez em 17 de Janeiro de 1934. Ele encaminhou uma cópia a Hitler e publicou o seu estudo chamado "Estudo Sobre o Desenho e Construção do Carro Popular Alemão". Ali, Porsche discorreu sobre a situação do mercado, as necessidades do Povo Alemão, sua convicção na viabilidade de um motor a gasolina e traseiro (ao contrário do que Hitler queria) e, principalmente, fez um estudo comparativo com outros carros Alemães frente ao seu projecto, onde concluía pela inviabilidade de vender o carro por menos de 1.500 marcos. Hitler leu o estudo, mas manteve-se irredutível quanto à questão do preço, o que preocupou Porsche.

Após alguns discursos sobre o projecto, Hitler finalmente colocaria a Associação de Fabricantes de Automóveis Alemães (RDA, na sigla em alemão) encarregada da execução do projecto. Apesar dos temores de Porsche, Werlin o convenceu a aceitar a verba de vinte mil marcos por mês para desenvolver o projecto. Assim, em 22 de Junho de 1934 o contrato foi assinado, e os equipamentos foram instalados na casa de Porsche em Stuttgart. A equipe de Porsche era liderada por Karl Rabe, e contava com o designer Erwin Komenda (responsável pelo desenho da carroceria), Franz Xaver Reimspiess (que desenvolveria o motor final e o logotipo VW), Joseph Kales, Karl Fröhlich, Josef Mickl, Josef Zahradnik, e o filho de Porsche, Ferry.

No entanto, em 1939, com a inevitável eclosão de uma Guerra na Europa, todos os recursos disponíveis foram destinados ao esforço de Guerra Alemão. A Volkswagen, anteriormente um grande instrumento de propaganda da capacidade tecnológica Alemã, foi rapidamente integrada às ambições Militares de Hitler. A produção foi interrompida após fabricação de poucas unidades, e a fábrica foi dedicada a produzir veículos de Guerra baseados na plataforma do Carocha - usos previstos por Porsche, em seu projecto de carroceria separada do chassis, e pelo próprio Hitler, que tinha este uso em mente por trás da própria iniciativa em financiar todo o projecto.

Prisioneiros de Guerra Franceses e Russos foram utilizados como mão de obra, atitude que levaria a prisão de Porsche na França, posteriormente.
Após a Guerra, a Alemanha foi dividida em zonas que ficaram sob controle dos Aliados. A zona em que ficava a fábrica do Volkswagen, complexo chamado de "Cidade KdF", rebatizada após a Guerra de Wolfsburg, ficou na zona controlada pelos Britânicos. O comando da fábrica ficou nas mãos do Major Ivan Hirst, que se tornaria um apaixonado pelo Carocha.
Os Britânicos, sem saberem exactamente o que fazer com a fábrica, acabaram por reactivar a produção em Agosto de 1945, para produzir carros para as forças de ocupação e para o serviço público Alemão.
Hoje ainda ainda existe este carro mais Modernizado,embora sem o charme do primeiro.

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